quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Ser feliz por nada

Geralmente, quando uma pessoa diz: Estou tão feliz! Tem sempre uma razaão: ou é porque ou tem um novo amor ou conseguiu uma promoção ou perdeu os quilos que precisava ou algo parecido. Há sempre um porquê! Eu costumo torcer para que essa felicidade dure  muito tempo, mas sei que as novidades envelhecem e que não é seguro sentir-se feliz apenas por atingir algumas metas. Muito melhor é ser-se feliz por nada!
Digamos: estou feliz porque Janeiro começou e temos longos meses para fazer de 2012 um ano memorável; feliz por estar uns dias lindos de sol; feliz porque alguém me "elogiou"; feliz porque não magoei ninguém hoje; feliz porque este mês as minhas pequerruchas fazem anos; feliz porque tenho amigas maravilhosas que estão sempre aqui……
Mesmo sendo estes motivos algo prosaicos, isto ainda é ser feliz por muito.
Feliz por nada, nada mesmo?
Talvez passe pela total despreocupação com esta busca. Esta tal procura da felicidade que nos inferniza. "Faça isso, faça aquilo". Quem garante que todos chegam lá pelo mesmo caminho?
Particularmente, gosto de quem tem compromissos com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar somente no que é importante e assim aliviar o seu quotidiano e não se  atormentar ou atormentar os outros. Mas mesmo não estando alegre, é possível ser feliz também; ou não estando "realizado" também é possível ser feliz; ou mesmo estando triste pode ser feliz de igual modo. Porque a felicidade é calma, é consciência, é ter talento para aceitar o inevitável, é tirar algum proveito do imprevisto, é ficar contente consigo próprio, é olhar as flores do campo, é sentir o sol no rosto.... Pois é ....... ser feliz é o efeito colateral de se estar vivo!!!!
Benditos os que conseguem estar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido as suas metas, que não se culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem.
A vida não é um questionário de Proust. Nós não  temos que responder ao mundo quais são as nossas qualidades, a nossa  cor preferida, o nosso  prato favorito ou que bicho seria....... Que mania de nos auto conhecermos. Nós somos o que somos, uns seres  imperfeitos e bem intencionados e que podemos mudar de opinião sem a menor culpa!
Ser feliz por nada...... talvez seja isto.

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